EAD NA UERN SEGUE EM CRESCIMENTO

Por Bruno Soares ( Jornal Defato e AGECOM da UERN)

O ensino a distância vem ganhando mais espaço, adesões e ampliando o acesso à educação. Em tempos de pandemia e isolamento social, as atividades educacionais presenciais deram lugar às remotas. Na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – Uern, essa modalidade é uma realidade há quase 20 anos e ganhou destaque nos últimos meses, alcançando milhares de alunos.

Além da segunda turma do curso de Letras ofertada atualmente, a Diretoria de Educação a Distância – DEaD da Uern, que atua em 13 cidades-polo, iniciou recentemente a quarta oferta do curso de especialização em Mídias na Educação e planeja lançar mais quatro opções de licenciatura em 2021: Música, Educação do Campo, Letras Libras e Letras Inglês. Os cursos são através de uma parceria com a Universidade Aberta do Brasil – UAB.

Para o Prof. Dr. Giann Mendes Ribeiro, o momento atual está levando a sociedade e muitos educadores a pensarem que as diferentes modalidades de ensino enriquecem a educação de forma geral.

“Muitos pesquisadores e educadores já vinham há mais de uma década discutindo que os modelos híbridos de educação eram mais apropriados para o século 21. Dessa forma, o atual momento trouxe à tona essa discussão a nível global”, avaliou o diretor da DEaD e coordenador da UAB.

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) está afetando toda a sociedade e com o sistema educacional não é diferente. A Uern foi uma das primeiras instituições do estado a suspender as atividades presenciais e regulamentar as atividades remotas.

Apesar dos cursos serem a distância, o modelo de EaD no Brasil é semipresencial, explica Giann Mendes.

Curso de especialização em Mídias na Educação iniciou a quarta turma no final de agosto

“Os alunos normalmente vão aos polos de apoio presencial localizados em diferentes municípios para realizar algumas atividades avaliativas e práticas. Com a pandemia, os polos de apoio presencial foram fechados, devido à necessidade de isolamento social, e as atividades do semestre foram prorrogadas para que as atividades práticas e os estágios obrigatórios possam ser realizados”, explicou o docente.

O ensino a distância, às vezes, é questionado, mas a qualidade educacional independe da modalidade de ensino, analisa o professor. Ele lembra que há boas experiências de cursos a distância com o conceito máximo no país, assim como também cursos presenciais muito bem avaliados. Da mesma forma, há cursos presenciais e a distância mal avaliados.

Para Giann Mendes, uma das grandes vantagens da EaD é a possibilidade maior de democratizar o acesso ao ensino superior público num país de dimensão continental que é o Brasil.

“A flexibilidade dos cursos a distância permite que pessoas que nunca teriam condições de cursar de forma presencial uma universidade realizem seus sonhos de obter uma graduação. Grande parte dos alunos da EaD são adultos que trabalham”, exemplifica.

Um grande desafio para a EaD no Brasil se assemelha ao que o Ensino Remoto Emergencial passa, a exclusão digital. O educador explica que os modelos mais recentes da EaD exigem acessibilidade às tecnologias digitais e acesso à internet de qualidade. E exclusão digital ainda é um desafio.

Conforme o coordenador de comunicação da DEaD, professor Dr. Marco Escobar, outro grande desafio é fazer com que o professor, acostumado apenas com aulas presenciais, consiga gravar videoaulas.

“A grande dificuldade é falar em frente às câmeras, em vez de interagir com pessoas em sala de aula. Em tempos de pandemia, o uso massivo das reuniões virtuais, lives e webinários, entre outros tipos de eventos, fizeram com que os docentes convivessem mais com câmera e microfone, nem que seja do computador. Dessa forma, esperamos que se ambientem mais e não fiquem tão retraídos quando for necessário gravar uma aula”, analisa o professor Marco Escobar.

Mais informações sobre a DEaD podem ser obtidas AQUI.

Ferramentas ampliam acesso aos conteúdos digitais

A Uern disponibilizou em agosto o Caderno Sobre o Ensino Remoto, um material organizado pela Comissão Especial de Consulta, constituída no dia 1º de maio de 2020 com o objetivo de auxiliar a gestão nas decisões para a retomada das atividades administrativas e acadêmicas. O material explica o que é o ensino remoto e apresenta os motivos de sua implantação na Uern, bem como as plataformas a ele integradas, os suportes e dicas sobre o planejamento e execução das atividades.

As aulas do semestre letivo 2020.1 da Uern estão acontecendo de forma remota. A aula de abertura do semestre foi realizada no dia 8 de setembro, ministrada pela professora Dra. Edméa Santos, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, abordando o tema “Educação online para um ensino-aprendizagem (trans)formador”.

A educadora, referência no assunto, falou das potencialidades das tecnologias, métodos de ensino, desafios, sistemas de avaliação e outras temáticas que permeiam o ensino remoto.

“Mesmo antes da pandemia, nós já lançávamos mão das tecnologias como complemento das nossas atividades e agora se tornou uma obrigação. Nesse momento pandêmico, precisamos forjar a educação a distância nas nossas universidades. Precisamos fazer uso do digital e da rede para estarmos com nossos alunos, mesmo que geograficamente dispersos”, analisou.

Para a professora, o ensino remoto é bom para todos, pois garante a vida da universidade pública, laica e gratuita.

“Quando tudo isso passar, vamos levar o melhor do remoto para o presencial. A tendência é de termos um ensino híbrido”, analisou Edméa Santos, acrescentando que todos vão aprender no processo, é natural, e que é fundamental investir em políticas de formação continuada para os docentes.

Ambiente virtual apresenta diversas informações para a comunidade acadêmica

Durante o evento, foi lançada a plataforma Uern Conect@, um ambiente virtual com informações sobre cursos, tutoriais, capacitações, orientações sobre o ensino remoto, conteúdos de apoio para estudantes, professores e técnicos administrativos, suporte on-line, entre outras funcionalidades. Vale ressaltar que a Universidade já realizou diversos cursos voltados aos estudantes, bem como capacitações com os professores e técnicos.